Crônicas do Sertão apresenta: A Vida e a Morte Por: Williams Matheus Fernandes Araújo


A jornada da vida nos permite viver os momentos, sonhar, produzir, construir, mudar… Viver é, portanto, caminhar, trilhar o nosso destino, alçar vôos, evoluir, e principalmente, acompanhar o Tempo, vivê-lo, construí-lo, ser o novo a cada dia, respeitar o que já se foi, e acompanhar o que passa, sendo ele breve, imponente, atemporal e jacundo.

Viver o Tempo, Viver a sua Jornada, é sentir a presença de Deus, o Criador, acompanhar as Sinfonias da Vida, continuar escrevendo o destino já traçado nas linhas do Livro Eterno e também sentir saudade, a saudade que não faz chorar e a saudade que faz chorar, saudade dos sonhos já realizados, saudade de tudo e a saudade de quem já se foi, saudade dos que nos precederam na Viagem pelos Caminhos da Eternidade.

Desvendar o grande mistério da saudade é o caminho para a compreensão acerca do que já foi escrito, do que já estava escrito, maktube, que do árabe significa destino. O mesmo destino que nos faz amar, compreendendo o amor de uma mãe ou pai para com o seu filho, o amor de duas pessoas que se unem em ato de afeto conjugal, o amor fruto da amizade, o mais puro, simples e complexo amor, é também o destino que distancia através da morte os que se amam.

O Destino é único no que diz respeito às certezas da vida, sendo que a vida cronologicamente tem início, constância e fim. E quando se analisa o fim, eis que vem a baila um dos maiores medos da humanidade: a saudade. A morte física faz com que vidas se distanciem, lágrimas sejam constantes e a dor da perda assuma o protagonismo na seara do comportamento humano.

O vento da morte desvenda o medo, a solidão, a angústia e a saudade. Descortina traumas e depressões, faz com que a vida se fragilize e encontre na solidão o conforto inquieto. A Fé assume então a coordenação dos capítulos da vida, tendo em Deus a direção ao norte da compreensão. Maktube que a vida vem e vai, habita e se despede, a luz que um dia brilhou no olhar se teletransporta para as lembranças que nunca se apagam.

Saudade do amor, do afeto, do carinho, do caminho, da companhia, do olhar, das mãos unidas, dos pés em ato de caminhar, do coração a pulsar, saudade do tempo que se foi, da vida que partiu, das voltas que a vida dá, do que foi dito… Saudade do vento, do tempo. Somente por amor o oasis da compreensão é encontrado na jornada da Terra e do Céu.

Toda Vida é obra Divina, todo sentimento é necessário e fonte de aprendizado, a dor da despedida se transforma na jornada do caminho que se refaz, e a saudade que um dia feriu, com a força do pensamento positivo e elevado se encontra com a compreensão do Maktube. A vida é temporal, mas o tempo é atemporal na edificação da constância da vida, sendo assim, a saudade que um dia fez chorar, pode se transformar em afetuosa recordação e prelúdio para um possível reencontro.

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