Promotora de Justiça natural de Caculé toma posse em Salvador


Gabrielly Coutinho e seus pais

 

Foi a partir de um caso de assassinato que teve repercussão nacional, em 2008, que a então estudante de Agronomia, Gabrielly Coutinho, resolveu largar o curso e se dedicar a uma paixão até então não descoberta, o Direito.

Hoje, recém empossada como Promotora de Justiça da Bahia, a Caculeense vinda de família humilde, não imaginava que chegaria tão longe. “É preciso de muita resiliência para passar em um dos concursos mais difíceis do país, ao todo estudei 4 anos para esta aprovação, mas antes já estudava para defensoria e já havia conseguido colocação como Conciliadora do TJBA, o que permitiu continuar estudando “.

A história começou em 2008, quando Isabella Nardoni (de 5 anos) foi agredida e arremessada de um prédio. Dra Gabrielly lembra que parava tudo para acompanhar as investigações do caso e foi então que prestou vestibular e começou o curso. “A maior dificuldade que encontrei foi a financeira, mesmo sendo uma Universidade Pública, é bastante difícil.”

Após a conclusão do curso ela decidiu que iria estudar para uma aprovação como Defensora Pública, a Promotoria era algo distante da sua realidade. “ Eu achava que era impossível concorrer com pessoas da capital, que normalmente possuem um poder aquisitivo maior e um estudo de qualidade. No final das contas, percebi que mesmo estudando sozinha no meu quarto e sem as condições ideiais, eu tinha condição de ser aprovada.
E foi. Após os quatro anos estudando para o cargo, conseguiu a almejada aprovação. O dia 27 de setembro de 2021 vai ficar marcado na história da família Coutinho e de Caculé, como a data em que ganhou sua Promotora de Justiça.

A solenidade de posse aconteceu em Salvador, com a presença de familiares, membros e servidores do MP, além dos outros 19 colegas que também foram empossados. Escolhida para discursar em nome da turma, Dra Gabrielly mencionou o orgulho de ser baiana, a dificuldade com a extensão territorial do estado e exaltou o nome da sua terra natal. “Em nome do meu povo, como legítima baiana de Caculé”.

De uma jovem que não se encontrou na agronomia, viu sua vocação despertar ao acompanhar noticiários na televisão, que passou dificuldades para sair de casa em busca dos sonhos, à Promotoria. Com isso, espera também motivar outras mulheres e estudantes que almejam dar novos passos. “É possível se destacar, mesmo vindo de uma cidade tão pequena. Independente da condição que você tem hoje, você é capaz. Espero realmente que minha história possa inspirar outras pessoas em situações semelhantes às minhas, principalmente as mulheres. Exercer uma das funções mais importantes do país, sendo mulher, é motivo de muito orgulho para mim”, finaliza.

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