Vazamento de delação causa atrito na base do governo


Foto: Reprodução

Um vazamento de uma colaboração premiada do empresário Kells Belarmino Mendes, na Operação Águia de Haia, causou uma verdadeira polêmica no meio político baiano. No acordo firmado com o Ministério Público Federal (MPF), o delator diz que fazia pagamentos ao deputado estadual reeleito Nelson Leal (PP) para que o progressista fizesse intermediação de contratos com prefeituras do interior. Segundo ele, as licitações eram fraudadas e recursos públicos eram desviados. Apesar da delação premiada, o Ministério Público não ofereceu denúncia contra o deputado por entender que não havia provas suficientes. O vazamento da colaboração, no entanto, foi suficiente para provocar uma briga entre o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), e o deputado federal reeleito Marcelo Nilo (PSB).

Leão acusou o socialista de divulgar a delação para prejudicar Leal, que é candidato a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).  “Foi Marcelo Nilo que tem mania de perseguição [que vazou]. Ele gosta de perseguir as pessoas, a mim, Otto Alencar, Jaques Wagner, Rui Costa… Ele [Nelson Leal] foi delatado. Não tinha culpa nenhuma. Se tivesse, teria sido indiciado como outros foram. Isso é um crime [o vazamento]”, disse Leão, que está como governador em exercício até o dia 16 deste mês, já que Rui Costa (PT) viajou para o exterior.

Ontem, Nilo negou e atacou duramente o vice-governador. “Quando eu quero falar uma coisa contra um cidadão ou cidadã, eu falo na cara. Não fico plantando contra ninguém. Foi mentiroso, irresponsável e leviano. É vendedor de fumaça. Um dos homens mais despreparados que conheci na vida. Não honra o cargo que ocupa. Não foi Marcelo Nilo que vazou a delação. O que ele quer fazer é aparecer. Deveria colocar uma melancia e ir para Rua Chile para aparecer mais”, afirmou, em entrevista à rádio Metrópole.

O socialista admitiu que tem “divergências profundas” com Nelson Leal, mas jurou que não vazaria uma delação para prejudicar o deputado. Nilo e o progressista não se entendem desde 2017, quando Leal prometeu apoiar o socialista na disputa pela presidência da AL-BA, mas acabou votando em Angelo Coronel (PSD), que terminou vitorioso. O deputado do PSB diz que considerava o ex-aliado como “amigo”. Por causa deste episódio, o progressista é chamado, nos bastidores, de “desleal”, em trocadilho com o nome.

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