Vídeos mostram vacinação clandestina noturna em garagem em Minas Gerais; assista


Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo obteve seis vídeos nos quais pessoas aparecem sendo vacinadas na noite da última terça-feira na garagem de uma empresa de transporte localizada em Belo Horizonte.

Segundo o jornal, as imagens foram gravadas por vizinhos do local, que denunciaram um esquema clandestino de imunização contra a Covid-19 na sede viação Saritur. O vai e vem ocorreu após as 20h, quando já estava em vigor o toque de recolher determinado pela prefeitura.

Outra reportagem da revista Piauí denunciou nesta quarta-feira que um grupo de políticos e empresários, além de seus familiares, tomou a primeira dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 que eles teriam comprado sem repassar doses ao SUS, conforme obrigada a lei. As duas doses custaram R$ 600 a cada pessoa.

Ainda segundo a revista, o grupo é formado principalmente por pessoas ligadas ao setor de transporte de Minas Gerais. Alguns vacinados no esquema afirmaram que os irmãos Rômulo e Robson Lessa, ex-sócios da viação Saritur, organizaram a imunização do grupo.

Uma garagem de uma empresa do grupo foi improvisada como posto de vacinação. Em nota, a Saritur informou que os irmão Lessa não fazem parte do seu corpo societário e que a direção da empresa desconhece a ocorrência de vacinação em uma garagem.

A garagem fica no fim da rua Cláudio Martins, 100, no bairro Alto Caiçaras, na capital mineira. As imagens obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram uma aglomeração de carros em volta da entrada do local.

Nelas, é possível ver uma mulher de jaleco branco retirar do porta-malas o que parecer ser uma vacina e aplicar nos motoristas. Alguns descem do carro para receber sua dose. Outros são vacinados dentro do próprio carro. Uma outra pessoa anota nomes em uma ficha, como se estivesse confirmando cada vacinação dada.

Segundo a Piauí, o ex-senador Clésio Andrade, que também é ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi um dos vacinados e confirmou à revista ter tomado a dose. “Estou com 69 anos, minha vacinação (pelo SUS) seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”, disse ele à revista.

No entanto, por meio de sua assessoria, ele negou ao GLOBO que tenha dado entrevista à revista e que tenha sido vacinado. “Eu ainda não tomei a vacina e defendo as regras de vacinação do Ministério da Saúde. Aliás, repito que eu preferia que os idosos, como eu, dessem a vez aos mais jovens, que são obrigados a sair de casa para trabalhar”, informou.

A reportagem fez diversos contatos com os donos da empresa Saritur, os irmãos Rômulo e Robson Lessa, apontados como os articuladores na compra da vacina, mas não conseguiu retorno.

Sem comentar o caso, o Ministério da Saúde disse, em nota enviada ao GLOBO, que as doses contratadas pela pasta da Pfizer/BionTech ainda não chegaram ao Brasil. “A previsão do laboratório é entregar a primeira remessa a partir de abril ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) – que é a base da vacinação de todos os brasileiros contra a covid-19”.

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