Santa Casa de Barretos (SP) confirmou na tarde desta quinta-feira (3) a morte da estudante Natasha Rodrigues, de 14 anos, baleada no fim de dezembro, em Bebedouro (SP). Segundo a família, a adolescente foi alvo dos disparos porque tinha recusado pedido de namoro de jovem de 20 anos.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito é Deybson dos Santos. Inicialmente foi instaurado um inquérito para apurar a tentativa de feminicídio, mas a tipificação do crime deve ser alterada em razão da morte da vítima. O rapaz teve a prisão temporária decretada pela Justiça e é considerado foragido.
A Santa Casa informou ainda que a família decidiu doar os órgãos da estudante. Ainda não há horário definido para a captação.
Tiros no meio da rua
Natasha foi baleada na tarde de 29 de dezembro, quando seguia com uma amiga para comprar chiclete em um bar. Ela foi ferida no pescoço e no abdômen.
De acordo com familiares, a estudante era ameaçada há cerca de um mês, mas não contou nada aos pais por medo de que acontecesse algo a eles. Prima da jovem, Thaís Paula diz que uma das irmãs da vítima descobriu as mensagens no celular dela um dia antes do crime. No entanto, a estudante pediu para que não comentasse o assunto.
Thaís afirma que a prima ficou com o rapaz há alguns meses e que desde então ele ficou obcecado por ela. A estudante não queria levar a relação adiante e passou a ser perseguida.
No dia 29 de dezembro, Natasha seguia pela rua da casa dela com a amiga, quando as duas foram abordadas pelo suspeito. De acordo com o registro da ocorrência, Santos pediu que a outra menina se afastasse da estudante.
“Durante o dia ele ficou atrás dela e ela falando que não queria mais. Ele planejou. Ele já veio armado. Ele perguntou se ela não daria outra chance a ele. Minha prima disse que não e continuou andando. Ele falou para ela não virar as costas pra ele de novo. Quando ela virou, ele atirou.”
O primeiro tiro atingiu o pescoço da jovem. Depois de cair no chão, o suspeito ainda fez mais um disparo que atingiu o abdômen dela. O barulho dos tiros foi ouvido pela família da jovem, que estava em casa.
Segundo Thaís, os parentes ainda viram quando Santos passou correndo e conseguiu escapar por uma região de mata próximo ao local do crime. O celular dele foi rastreado, mas a polícia encontrou o aparelho jogado em uma rua do bairro Jardim Claudia.