Estudos conduzidos no Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) têm mostrado que, em alguns pacientes com sintomas leves, o coronavírus pode permanecer ativo no organismo por mais de 30 dias, período superior ao de isolamento recomendado até então, que é de 14 dias.
Este mês, os pesquisadores publicaram um artigo na plataforma científica medRxiv relatando casos em que o coronavírus permaneceu ativo no organismo de duas pacientes por mais de 30 dias. Além de terem os sintomas por todo este período, elas também permaneceram transmitindo o vírus.
No primeiro caso, uma paciente foi atendida pela primeira vez em abril de 2020 e relatou que vinha há 20 dias com sintomas como tosse seca, dor de cabeça, fraqueza, dor no corpo e nas articulações. Um exame de RT-PCR feito 22 dias após o início do quadro confirmou a presença do vírus no organismo e, nos dias seguintes, a paciente apresentou náusea, vômito, perda de olfato e paladar. Um segundo teste molecular feito 37 dias após o início dos sintomas também teve resultado positivo. Em meados de maio, a maioria das queixas havia desaparecido, exceto dor de cabeça e fraqueza.
O segundo caso observado ocorreu em maio, quando uma paciente, diagnosticada com o vírus, permaneceu sintomática durante 35 dias. Segundo o estudo, ela apresentou febre, dor de cabeça, tosse, fraqueza, coriza, náusea, dor no corpo e nas articulações, e fez o primeiro teste de RT-PCR cinco dias após o início dos sintomas. Como o problema persistiu, ela fez um segundo teste no 24º dia e, novamente, a presença do coronavírus foi confirmada.