Devido ao fenômeno El Niño, a Bahia tem enfrentado, nos últimos meses, uma seca prolongada que já deixa 147 municípios em situação de emergência, com mais de 1,8 milhão de pessoas afetadas. Segundo informou o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o estado tem experimentado a maior estiagem desde a década de 1980. Presidente da Faeb (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia), Humberto Miranda contou que o prejuízo com a seca na Bahia alcançou a marca de R$ 600 milhões em relação ao ano anterior. “Um prejuízo significativo que vai interferir no PIB do Estado”, afirmou ele.
De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), este desastre natural tem sido recorrente no estado, e se concentra na região do semiárido. A Sudec informou ainda que não há previsão para o fim da estiagem. Humberto Miranda disse que a situação é mais dramática para os pequenos produtores da região semiárida, já que falta água até para os animais.
Foram registradas, nos últimos meses, milhares de mortes de cabeças de gado devido à escassez de comida e água. Além disso, há significativas perdas na produção de frutas e milho, com impactos expressivos no Oeste baiano, segundo a Faeb. Humberto Miranda ressaltou a adversidade enfrentada pelos produtores da região, com a arroba do boi e o litro do leite apresentando preços aproximadamente 30% mais baixos em comparação ao ano anterior, resultando em uma redução na renda dos produtores. Ele salientou que as queimadas no semiárido representam outra fonte de preocupação, pois resultam em uma redução significativa das áreas de pastagem disponíveis para o gado. Nesta quinta-feira (7), o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) permanece com cerca de 200 bombeiros atuando no combate e monitoramento dos incêndios florestais que atingem as regiões Norte, Sudoeste, Sul e Chapada Diamantina, no interior da Bahia.