Mãe do Brasil, nossa Mãe e Padroeira, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, de mãos santas estendidas e em prontidão a acolher as mãos dos fieis. Uma história de Amor, narrada há séculos, a começar pelo encontro da Imagem nas águas santas do Rio Paraíba, até os dias atuais, com procissões de Fé, orações, milagres, garças, bênçãos e muita emoção dos fieis devotos.
A história da Nossa Padroeira tem seu intróito em 1717, quando simples pescadores encontraram nas águas do Rio Paraíba, no estado de São Paulo, uma imagem quebrada e que viria mudar para sempre a história de uma nação, até então engatinhando nas searas política e social, a nossa pátria amada Brasil.
Um país regido por administração colonial, quando impérios europeus usurpavam as riquezas nacionais, e principalmente a liberdade dos negros trazidos da África e transformados em escravos, além dos índios, massacrados pela ganância imperial. O Brasil desta época estava fervilhando em rebeliões, a luta de classes produzia misérias e segregação entre os que aqui viviam.
Neste ambiente complexo, opressor, preconceituoso e mesquinho, as águas doces do Rio Paraíba, trouxeram a Luz e a Esperança, quando a Imagem da Santa surgiu na rede dos pescadores. Um aparecimento que mudou para sempre a história de um povo, e fez com que a Santa fosse consagrada como Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia, foram os pescadores que encontraram a imagem. Após várias tentativas de pesca e nada conseguido, veio nas redes, em dois pedaços, primeiro o corpo e em seguida, rio abaixo, a cabeça, desde então, os pescadores encheram as suas redes com quantidade abundante de peixes.
Antes de entregarem os peixes que seriam servidos em um banquete que estava sendo preparado para nobres da região, os três pescadores levaram a imagem para Silvana da Rocha Alves, esposa de Domingos Garcia, irmã de Felipe Pedroso e mãe de João Alves, que uniu as duas partes usando cera, formando assim a imagem da santa, colocando-a num pequeno altar na casa da família, agradecendo a Nossa Senhora o milagre dos peixes.
Os anos foram se passando e a devoção a Nossa Senhora cresceu nas redondezas do lugar que encontraram a imagem da santa. Entre os anos 1717 e 1732 a imagem foi levada pelas regiões de Ribeirão do Sá, Ponte Alta e Itaguassú, reunindo fieis devotos em atos de louvores a representação de Nossa Senhora.
No ano de 1732, Felipe Pedroso entregou a imagem a seu filho Atanásio Pedroso, responsável por construir o primeiro oratório aberto ao público, tendo em vista a crescente manifestação popular em intensa devoção a Santa.
No ano de 1740 foi erguida uma pequena capela pelo padre José Alves Vilela e alguns devotos, tendo em vista o aumento da devoção a Nossa Senhora Aparecida das águas. Na capela os fieis rezavam o terço, proferiam ladainhas, cânticos e era celebrada a Eucaristia.
Em 26 de julho de 1745, no dia da festa de Santa Ana, foi inaugurada a igreja, que deu origem ao Santuário, sendo que no dia 26 a imagem foi abençoada e a primeira missa celebrada.
O primeiro Santuário acolheu multidões – assim como o atual continua a acolher – mas aquele, antigo, construído em taipa de pilão, não resistiu ao tempo, e em 1844 apresentou risco de desmoronamento, situação que fez com que o setor administrativo da capela organizasse a construção de um templo novo, e assim o fez.
Com o passar dos anos, e adentrando os séculos, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida cresceu de tal forma, que a Santa foi Consagrada Padroeira do Brasil. Aparecida no Rio Paraíba, Nossa Senhora Aparecida vive nos corações do fieis, como uma Mãe Intercessora e Milagrosa, Bondosa e Compassiva.
Em 1917 surgiu a idéia de construção do Santuário que ora vive em Aparecida, em ocasião dos 200 anos de encontro da Imagem. Mas o lançamento da pedra fundamental do novo Santuário veio a acontecer em cerimônia realizada em 10 de setembro de 1946, mas a pedra foi roubada na madrugada. A renovação do ato da Bênção da pedra fundamental foi realizada em 1954, tendo ocorrido em 11 de novembro de 1955 o efetivo início das obras do novo Santuário. Mas no local, a primeira missa aconteceu em 11 de setembro de 1946, tendo sido presidida pelo Cardeal Motta.
O primeiro atendimento aos romeiros aconteceu em 21 de junho de 1959, e as atividades religiosas no Santuário, passaram a ser realizadas em definitivo no dia 3 de outubro de 1982, dia muito especial, pois também aconteceu a transladação da Imagem de Nossa Senhora de Aparecida, da antiga basílica, para a basílica nova. A Imagem foi Entronizada em definitivo em seu trono na Catedral – Basílica de Aparecida. No dia 3 de outubro de 1983 a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), declarou a Basílica de Aparecida, oficialmente como Santuário Nacional.
Muitos são os milagres concedidos por Nossa Senhora aos fieis, histórias de superação, recuperação, liberdade e vida, quando o ser humano se reconhece como sujeito em processo de aprimoramento e amado por Deus e Nossa Senhora.
O Brasil entoa cânticos em agradecimento a Nossa Senhora, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, nos confins deste país, nos sertões desta Pátria, ainda marginalizada pela ganância monetária, mas crente na devoção a Maria.
São 300 anos dessa bonita história, um verdadeiro Hino de Louvor, de Bênçãos e Amor. Um cântico secular que transmite a Paz Mariana aos devotos de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Virgem Santa que roga a Deus pelos Seus filhos.
Por conseguinte, oremos e meditemos na presença de Nossa Senhora…
“Mãe Amável,
Mãe Misericordiosa,
Rogai a Deus por nós,
Esteja sempre conosco, Mãezinha,
Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
Abençoai os nossos corações, as nossas vidas, a nossa humanidade,
Abençoai os nossos lares, as nossas casas, os nossos trabalhos e estudos,
Protegei-nos, Mãe Aparecida e Misericordiosa,
Conduza-nos por caminhos de verdade e por veredas de justiça,
Caminha conosco ao encontro do Divino Pai Eterno,
Pelos caminhos do Vosso Filho Jesus, o Mensageiro da Luz,
Mãe Amada, Mãe Aparecida, Mãe Maria,
Obrigado por tudo,
Paz, Luz e Amor,
Amém.”
Viva Nossa Senhora da Conceição Aparecida!
Viva o Divino Pai Eterno!
Viva Jesus!
Por: Williams Matheus