Uma van avançou contra fiéis que saíam de uma mesquita de Londres na madrugada desta segunda-feira (19), deixando um morto e dez feridos, informou a Polícia Metropolitana da capital britânica.
O incidente ocorreu pouco depois da meia-noite, na Seven Sisters Road, perto da mesquita de Finsbury Park. A polícia informou ter prendido um suspeito, um homem de 48 anos cuja identidade não foi revelada.
“O motorista da van foi encontrado detido pelas pessoas que estavam no local e foi preso em conexão com o incidente”, informou a polícia em comunicado.
Ainda não está claro se foi um ato deliberado ou um acidente. A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse que a polícia trata o incidente como possível “ataque terrorista”, e o caso é investigado pelo Comando de Contraterrorismo.
May qualificou de “terrível” o incidente ocorrido perto da mesquita de Finsbury Park, uma das mais importantes do Reino Unido, e expressou sua solidariedade às vítimas e a suas famílias. O ataque ocorreu durante o Ramadã, mês sagrado do calendário muçulmano, quando as pessoas vão às mesquitas fazer orações à noite.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse que um número adicional de policiais havia sido mobilizado para tranquilizar as comunidades, especialmente aquelas que observam o Ramadã, descrevendo o ataque como um “um assalto aos nossos valores compartilhados de tolerância, liberdade e respeito”.
Ataque deliberado
O secretário-geral do Conselho Muçulmano Britânico (MCB, na sigla em inglês), Harun Khan, descreveu o incidente como a “mais violenta manifestação de islamofobia até hoje” e pediu que as autoridades façam mais para “combater o aumento dos crimes de ódio”. Kahn disse que o atropelamento parece ter sido intencional.
A mesquita de Finsbury Park já foi associada à ideologia islamista radical no passado. Seu antigo imame, Abu Hamza, foi preso no Reino Unido por incitar violência racial e ódio antes de ser extraditado para Nova York, onde foi condenado à prisão perpétua por terrorismo em 2015.
Mas a imagem da mesquita mudou depois que ela foi fechada e reabriu sob o comando de uma nova equipe de administrativa e religiosa. O templo não é associado a visões extremistas há mais de uma década.
Londres está sob tensão após oito pessoas terem sido mortas em um ataque com uma van e a faca na Ponte de Londres e no Borough Market no início do mês. Em março, um homem jogou um veículo contra um grupo de pedestres nos arredores do Parlamento britânico, em Londres, matando quatro pessoas e deixando 50 feridas.
Em 23 de maio, um britânico de origem líbia fez um ataque suicida em Manchester, durante o show da cantora Ariana Grande. A explosão deixou 22 mortos e mais de 60 feridos. Mais da metade das vítimas era menor de 16 anos. Foi o ataque terrorista mais mortal no Reino Unido desde os atentados de 7 de julho de 2005, em Londres.
Fonte: dw.com