As sucatas podem ser materiais valiosos se bem reaproveitados. Porém, segundo um levantamento do Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Sindinesfa), apenas 1,5% da sucata ferrosa brasileira é reciclada.
Já nos países europeus, esse número pode chegar a 90%. Diante desse cenário, um grupo de alunos do Centro Territorial de Educação Profissional do Sisal II, em Serrinha, orientado por Pachiele Cabral, desenvolveu o projeto LSAC, um laboratório sustentável de análises clínicas.
Segundo Kauany Santos, uma das integrantes da equipe, a ideia é trabalhada há anos. Ela explica que o intuito é utilizar esses resíduos para criar um laboratório eficiente e mais barato.
“O laboratório é desenvolvido há alguns anos, tendo início com alguns ex-alunos e repassado até o grupo atual. O objetivo é criar equipamentos de um laboratório clínico a partir de sucatas que inicialmente iriam para o lixo, a fim de proporcionar mais acessibilidade para instituições de ensino”.
Os aparelhos, que são feitos com lixos recolhidos pelos estudantes, apresentam, segundo a jovem cientista, um bom funcionamento.
“Os equipamentos recriados com sucatas tendem a ter aproximadamente a mesma potência de que um originalmente industrial. Por isso, enxergamos uma vantagem de prosseguir com esse projeto, já que a diferença de preço entre um aparelho novo e um sucateado é significativo, pois possuem o mesmo resultado”.
Algumas ferramentas já foram criadas e testadas como, por exemplo, o homogeneizador sanguíneo, o cantador de manual de célula de defesa e o agitador de Kline. A equipe usou diversos materiais como carcaça de ventilador, motor, temporizador de tanquinho, cano de PVC, madeira, papelão, entre outros.