Falso Negativo: Ex-assessor do deputado Jonga Bacelar é acusado de intermediar kit superfaturado


Com a deflagração da quarta fase da Operação Falso Negativo, na manhã desta quarta-feira (3), o ex-assessor do deputado federal baiano Jonga Bacelar (PL), Fábio Gonçalves Campos, foi acusado de intermediar a compra de kits de testes para detectar Covid-19 superfaturados. A operação investiga a compra desses kits pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal e cumpre agora 15 mandados de busca e apreensão no DF e em cidades da Bahia.

Nesta fase, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apuram o suposto favorecimento de uma empresa de um amigo do ex-secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo. Segundo o blog CB Poder, do Correio Braziliense, o tal amigo é Campos, que na época dos supostos crimes era secretário parlamentar de Jonga – ele foi exonerado um dia após a deflagração da segunda fase da operação, em agosto do ano passado, quando Araújo teve a prisão decretada (veja aqui).

Campos teria intermediado a contratação de uma empresa que forneceu testes de Covid-19 ao governo de Brasília a preços superfaturados. Por conta disso, ele e a esposa, Renata Mesquita D’Aguiar, são alvos de busca e apreensão, com mandados cumpridos na residência deles em Brasília, na Asa Sul.

De acordo com a publicação, os dois tiveram Araújo como padrinho de casamento e várias autoridades do Distrito Federal estiveram na festa, realizada em junho de 2019, no Rio de Janeiro.

Os investigadores apontam que Campos teria operado, de forma oculta, uma das empresas contratas pela secretaria na dispensa de licitação, a Matias Machado da Silva ME. Em meio à apuração, os promotores do Gaeco obtiveram conversas mantidas por Campos no WhatsApp, em que ele teria evidenciado que a empresa Matias Machado não poderia aparecer formalmente na contratação por não poder revelar sua relação com o então secretário.

O blog lembra que o contrato para fornecimento de 48 mil kits foi dividido entre a Matias Machado e outras três empresas, Belcher, Brasil Laudos e W.S. do Prado, cada uma sendo responsável por fornecer 12 mil testes. No entanto, o Gaeco encontrou indícios de que as propostas dessas empresas foram produzidas pela mesma pessoa. Por exemplo, a formatação dos documentos era idêntica, os textos eram semelhantes e os dados bancários de duas empresas eram os mesmos.

PREJUÍZO PÚBLICO

A investigação aponta que os testes foram comprados por até R$ 187 cada e são de qualidade duvidosa. Os agentes estimam que eles poderiam ter sido adquiridos por R$ 73. Com isso, o superfaturamento gerou um prejuízo de mais de R$ 5 milhões na aquisição dos itens para detecção dos anticorpos IgC e IgM

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