Fiocruz aguarda aprovação da vacina de Oxford contra Covid-19 para começar produção


A fábrica de vacinas Bio-Manguinhos, na Fundação Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio, é considerada a maior da América Latina e está se preparando para produzir a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela universidade de Oxford, do Reino Unido.

A vacina de Oxford está na fase 3, a última, que determinará se é eficaz num grande número de pessoas. A universidade inglesa anunciou nesta semana que as experiências preliminares indicam que a vacina é segura e induziu resposta imune ao corpo dos voluntários.

O acordo entre a Fiocruz e a AstraZeneca, farmacêutica que adquiriu a vacina da Universidade de Oxford, foi anunciado no fim do mês passado, apesar de o contrato ainda não ter assinado.

Segundo o acordo, em dezembro, a Fiocruz vai receber ingrediente farmacêutico ativo (IFA) suficiente para fazer 15,2 milhões doses da vacina.

Depois desse processo, outras 70 milhões de doses de vacina poderão ser produzidas também até o início do ano pela Fiocruz. A preparação para a produção foi antecipada por conta da gravidade da pandemia, que preocupa o mundo inteiro, mas a distribuição e a imunização da população ainda dependem dos novos testes e da aprovação final.

O maquinário e os insumos estão sendo preparados. A fundação afirma que, apesar de uma preocupação mundial com a possível falta de frascos de vidro para distribuição, não deve enfrentar esse problema, pelo menos na fase inicial, de produção de 100 milhões de doses.

Os frascos utilizados serão os mesmos que hoje são usados para a vacina contra a febre amarela e, em cada um deles, caberão cinco doses da vacina contra o novo coronavírus.

“Nós receberemos a vacina congelada, ela vai passar por um processo de descongelamento de 2 a 3 dias. Uma vez que esteja na fase líquida, é transferida para um tanque em aço inox para ser envazada, rotulada e embalada. Eu diria que, provavelmente, é o maior desafio da história (da fábrica) de Bio-Manguinhos. A grande vantagem é ter passado por experiências semelhantes como foi o caso de epidemia de febre amarela, o surto de sarampo e poder usar toda nossa competência para responder mais esse desafio’, afirma Luiz Lima, vice-diretor de produção Bio-Manguinhos/Fiocruz.

O custo de produção inicial deve ser de cerca de US$3, mas tende a ser reduzido ao longo do tempo.

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