O músico baiano Gilberto Gil, de 79 anos, foi eleito por maioria absoluta à cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na tarde desta quinta-feira (11). Ele foi eleito com 21 votos.
Gil acompanhou a votação na casa de amigos em Ipanema, na Zona Sul do Rio, já que uma norma da ABL proíbe que candidatos participem da sessão.
O artista é, atualmente, o segundo negro a ocupar uma cadeira na ABL. O outro imortal é o escritor e professor Domício Proença Filho, que foi presidente da academia em 2016 e 2017.
Para a vaga também concorreram o poeta Salgado Maranhão (7 votos), e o autor e crítico literário Ricardo Daunt (nenhum voto).
Participaram da eleição 34 acadêmicos de forma presencial ou virtual — um não votou por motivo de saúde. Foram 4 votos em branco e 2 nulos.
Gilberto Gil é um cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor musical cuja obra se confunde com a própria música brasileira. Entre 1998 e 2019, ele recebeu 9 prêmios Grammys, segundo a sua página oficial. Em 1999, foi nomeado “Artista pela Paz”, pela Unesco.
São dele os clássicos “Aquele Abraço”, “Vamos Fugir”, “A Novidade”, “Cálice”, “Esotérico”, “Divino Maravilhoso”. Ele tem uma extensa discografia com mais de 60 álbuns e quase 4 milhões de cópias vendidas.
Gilberto Gil também escreveu e publicou livros sozinho e em parceria com outros autores. Entre as obras estão “Gilberto bem Perto”, “Disposições Amoráveis” e “Cultura pela palavra: artigos, entrevistas e discursos dos ministros da cultura 2003-2010”.
Em 2001, Gil foi nomeado embaixador da ONU para agricultura e alimentação. Ele também foi ministro da Cultura do Brasil.