Em 2019, 4 em cada 10 moradores da Bahia (40,4% da população) estavam abaixo da linha da pobreza monetária e pouco mais de 1 em cada 10 (12,5%) estava abaixo da linha de extrema pobreza. Os dados são do estudo Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12). A síntese considera informações da série histórica de 2012 a 2019.
Conforme o levantamento, no último ano, a Bahia apresentou movimento positivo em relação a 2018 no que tange a avaliação da pobreza, porém não foi suficiente, porém, para alterar de forma significativa a incidência de pobreza no estado.
Segundo o levantamento, as proporções praticamente não se alteraram desde 2016, colocando o estado como o segundo em número absoluto de pobres (6,006 milhões de pessoas) e o maior de extremamente pobres do país (1,853 milhão).
Neste caso, “além de terem de sobreviver com um rendimento domiciliar per capita muito baixo, quem vive abaixo da linha de pobreza está muito mais sujeito que a população em geral a enfrentar restrições importantes, sobretudo no que diz respeito aos serviços de saneamento básico, à educação e ao acesso à Internet”, aponta o compilado.
No Brasil, o critério utilizado para estimar a “linha de pobreza” é uma definição do Banco Mundial para países de renda média, segundo o qual no acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ela é de US$ 5,50 por dia em paridade de poder de compra (PPC).
Em 2019, essa linha de pobreza monetária correspondia a um rendimento médio domiciliar per capita mensal de R$ 428 na Bahia e em Salvador, de acordo com a Síntese. Logo, viviam com renda inferior á média cerca de 6,006 milhões de baianos (40,4% da população) e 611 mil soteropolitanos (21,3% dos moradores da capital).
A divulgação destaca, no entanto, que os indicadores apresentaram leve melhora frente a 2018, a segunda consecutiva. Em um ano o número de pobres na Bahia caiu 5,3%, o que representou menos 336 mil pessoas nessa condição.
Em termos percentuais (40,4%), a Bahia ficava na 11ª posição entre os estados – caindo 4 posições no ranking, já que havia sido 7º em 2018. Maranhão (52,2%), Amazonas (47,4%) e Alagoas (47,2%) tinham os maiores percentuais de população abaixo da linha de pobreza em 2019. No outro oposto, Santa Catarina (7,5%), Rio Grande do Sul (11,1%) e Distrito Federal (11,2%) tinham as menores proporções.
SALVADOR OCUPA A 4ª POSIÇÃO ENTRE AS CAPITAIS
Na capital baiana, a redução em 2019 foi de 4,1%, ou menos 26 mil pessoas abaixo da linha de pobreza monetária. Entre as capitais, Salvador estava um pouco mais bem posicionada. Com a 4ª maior população em geral, tinha o 5º maior número de pessoas abaixo da linha da pobreza em termos absolutos (611 mil pessoas), perdendo um lugar nesse ranking em relação a 2018, superada por Fortaleza (625 mil pobres).
Em termos percentuais (21,3%), Salvador manteve a 15a maior proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza entre as capitais. Macapá/AP (36,3%), Manaus/AM (35,8%) e Boa Vista/RR (34,2%) lideravam, enquanto Florianópolis/SC (4,9%), Curitiba/PR (6,8%) e Porto Alegre/RS (9,0%) tinham as menores proporções.