Políticos, celebridades e influenciadores de esquerda que fizeram críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são alvo de ataques da militância petista nas redes. As ofensas, apontam algumas dessas personalidades, não têm diferença em comparação ao que faziam, no mesmo espaço, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Descobri algo tão ruim quanto o antipetismo da direita e da extrema-direita na mídia neoliberal e no X (ex-Twitter): o hater-gado-petista que não aceita qualquer crítica ou revelação de fato ruim em relação a membros do governo Lula ou ao próprio Lula”, escreveu o ex-deputado federal Jean Wyllys.
Em entrevista a um podcast, o ex-parlamentar, hoje filiado ao PT, disse que foi alvo de uma “sabotagem” do ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, e que Pimenta é um “mau-caráter”. Wyllys tinha sido abraçado pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, e iria assumir um cargo na secretaria de Comunicação, o que não aconteceu.
Há pouco menos de dois meses, ele foi acolhido pela militância petista em Brasília em um ato que marcou seu retorno ao País depois de quatro anos no exterior.
Depois de discussão com militantes nas redes, Wyllys sinalizou que, se quiser, o PT pode expulsá-lo pela conduta. “Se o PT quiser, expulse-me. Se o partido tentar me silenciar e me constranger, eu mesmo saio. Não sou gado”.
Ele não foi o único a ser alvo de ataques nos últimos dias. Renê Silva, fundador da ONG Voz das Comunidades, encampou uma campanha pedindo uma ministra mulher e negra para substituir Rosa Weber, que se aposentará neste ano, no Supremo Tribunal Federal (STF) e também foi criticado.
Estadão/Terra