Uma manifestação contra a construção da barragem de rejeitos da Bahia Mineração (Bamin) foi realizada na manhã desta quinta-feira (6) na Praça Getúlio Vargas (Praça da Matriz). Segundo os organizadores, cerca de sete mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar estimou entre seis e sete mil pessoas no ato. O protesto foi convocado pelo movimento “Vida sim, barragem não”, organização popular, sem vínculos partidários e ideológicos. Os manifestantes saíram em caminhada até o escritório do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), no bairro Brindes, onde diversos representantes fizeram discursos contra a construção da barragem. Colabore Se você gosta do conteúdo da Agência Sertão, colabore para o aprimoramento do nosso Jornalismo a partir de R$ 10 por mês e seja um assinante. Saiba como! . O movimento teve repercussão na imprensa nacional, com presença de uma equipe da TV Sudoeste que entrevistou manifestantes ao vivo para o canal Globo News. Evilásio Bonfim, empresário e um dos organizadores da manifestação explica que esse movimento surgiu forte por conta de uma causa comum uma causa que é da coletividade. “A causa não é de um movimento particular é de uma cidade que não aceita uma obra que vai por em risco o nosso futuro. Isso que fez o sucesso do movimento, cada pessoa que participou e divulgou é responsável por esse sucesso. Nós vamos impedir a construção dessa barragem, com o apoio da comunidade, das nossas instituições dos nossos políticos, todos são bem vindos nessa causa a causa é da cidade”. Evilásio pontua ainda que o movimento não é contra o progresso, mas contra o local de construção e os moldes atuais utilizados pela empresa responsável. O empresário cita como exemplo investimentos em tecnologias de processamento a seco do minério de ferro, além da reutilização dos rejeitos. “Desde o inicio nós falamos que existem alternativas seguras, ecologicamente viáveis de se fazer e é isso que nós queremos – opção de processamento do minério a seco e opção de reaproveitamento de rejeito existem, a questão é ter boa vontade e respeito com Guanambi e toda a margem do Rio das Rãs, Ceraíma e principalmente o nosso Rio São Francisco que não pode suportar uma tragédia dessas. A Bahia Mineração (Bamin) pretende construir uma barragem entre os municípios de Caetité e Pindaí para depósito dos rejeitos de mineração do projeto Pedra de Ferro. A barragem está prevista para ser construída acima da barragem de Ceraíma, principal reservatório de água da região. A previsão é de que a barragem acumule 180 milhões de metros cúbicos de rejeito em 30 anos de exploração. O volume é três vezes maior do que a a capacidade de armazenamento da barragem de Ceraíma. As licenças ambientais foram concedidas pelo Inema à Bamin em 2010 e renovadas em março deste ano, após a empresa mudar o projeto de alteamento de a montante para a jusante. Técnicos da empresa garantem a segurança do empreendimento. Em relação à barragem do Córrego Fundão em Mariana, o projeto da Bamin é cinco vezes maior, já em relação à barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho, o volume é pelo menos quinze vezes maior. A reportagem da Agência Sertão entrou em contato com a assessoria de comunicação da Bamin, mas até o termino dessa matéria não obtivemos respostas.
Agência Sertão