Atualmente residindo em Feira de Santana- BA, onde atua como professor adjunto do curso de Medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), o médico Cardiologista Airandes de Sousa Pinto, concluiu o doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no final do ano passado. O que o Caculeense não imaginava era que sua pesquisa para a tese viria a ser adaptada, podendo contribuir no combate ao novo Coronavírus.
Assunto recorrente desde o início da pandemia, bastante citado por pesquisadores da área e pelo próprio Ministério da Saúde, é a curva de transmissão da doença, já que a partir dela os munícipios e estados adotam ou revogam medidas preventivas. Pensando em contribuir com a análise desta curva, com a ajuda do também professor da UEFS, Carlos Alberto Rodrigues, Doutor em Ciência da Computação (responsável pela programação da ferramenta) de alunos do curso de Medicina e médicos pesquisadores da área de Infectologia em Minas Gerais, Airandes desenvolveu a técnica que permite observar e fazer a comparação do pico de contágio, sua evolução ou regressão.
A pesquisa visa, então, contribuir com o controle no número de casos, a partir de medidas eficazes e planejadas originadas da observação de casos já registrados. De acordo com os pesquisadores, o intuito é também reduzir a complexidade no entendimento de como a Covid-19 evolui, a fim de que as medidas adotas sejam, de fato, úteis.
Além do Brasil outros países foram utilizados para o estudo, representando os diferentes estágios da pandemia, Estados Unidos, Rússia e Alemanha.
Para fazer a análise são contados os dias desde o início da proliferação da doença. Em um dos trechos do artigo, eles relatam que, em uma primeira fase há um pico de contágio acelerado, já em um segundo momento, esse pico diminui, embora os números de casos continuem a surgir, há uma proliferação mais lenta. E é nessas questões que devem estar baseadas as ações preventivas.
Em entrevista concedida à assessoria de comunicação da Uefs, Airandes falou sobre a importância da técnica desenvolvida, que inclusive resultou na publicação de um artigo na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. “Tão importante quanto saber o número de casos novos por dia, é saber como estes casos estão acelerando, qual a força de crescimento destes casos. Então o gestor tem como avaliar quantitativamente, por números, qual o efeito de suas medidas”.