A dona de casa Bárbara de Almeida César, de 26 anos, moradora de Cariacica, na Grande Vitória, estava com 34 semanas de gravidez quando começou a ficar preocupada com uma tosse. Na reta final da espera pelas filhas gêmeas, Bárbara procurou um médico e, dois dias depois, teve que fazer uma cesárea de urgência.
Faltava pouco para a Bárbara conhecer as gêmeas que estavam a caminho. Mas a tosse fez com que ela procurasse atendimento médico. O sintoma era sinal da Covid-19 e, dois dias depois, Bárbara já estava na sala de cirurgia para ter os bebês.
“Elas nasceram, escutei o choro de uma e da outra e a todo momento, ‘vou poder ver elas?’. Ninguém me respondia e foi chegando o momento que a médica chegou pra mim e disse que teriam que me intubar”, lembrou-se.
Depois do parto, ela foi intubada imediatamente. Foram 10 dias em estado crítico e mais 13 dias internada para tratar a Covid-19 no Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra.
“Meu maior medo era morrer, não ver mais meu filho, não conhecer minhas filhas e não voltar para o meu marido”, desabafou.
Os funcionários do hospital deram muita força para a Bárbara. “Eles são muito carinhosos, sentem a dor do paciente. Eu estava acordada, colocavam louvores para eu ouvir ou oravam comigo. Isso me ajudou muito”, contou.
A volta para casa aconteceu na última segunda-feira (12). As gêmeas Maria Julia e Maria Elisa conheceram a mãe quando já tinham 24 dias de vida. E Bárbara garante que esse encontro só foi possível graças à equipe médica que esteve ao lado dela o tempo todo.
Em um encontro virtual, Bárbara agradeceu a algum dos funcionários do hospital que a ajudaram a se recuperar.
“Olá, gente! Agora tá tudo bem, sem chororô. Eles são anjos, merecem todo o valor, porque o trabalho que eles fazem é excepcional, eu jamais imaginaria uma equipe assim”, disse Bárbara durante o encontro.
Entre os profissionais, a emoção de presenciar a cura falou alto, como contou o fisioterapeuta Hermando e a técnica de enfermagem Lorrayne, que também conheceram as gêmeas virtualmente.
“Saber que as crianças têm a mãe em casa , isso deixa nosso coração muito feliz, mesmo com toda a carga de trabalho exaustiva. Isso é muito gratificante “, disse Hermando Campos.