Ex-ministro dos governos Dilma e Lula, Antônio Palocci afirmou em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta quinta (20) que está à disposição para apresentar “nomes, endereços e operações realizadas” de “interesse da Lava Jato”.
A fala foi feita após duas horas em que Palocci negou que tenha solicitado caixa dois a Odebrecht para as campanhas presidenciais ou que favoreceu a empresa em troca de recursos ilícitos.
“Eu nunca pedi ou operei caixa dois. Mas ouvi dizer que isso existiu em todas as campanhas, isso é um fato. Encerro aqui e fico à sua disposição porque todos os nomes e situações que optei por não falar aqui por sensibilidade da informação estão à sua disposição”, afirmou.
Palocci, réu sob acusação de lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa, chegou a se reunir na última semana com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, onde está preso desde setembro de 2016, para negociar um acordo de delação premiada.
No depoimento a Moro, ele confirmou que teve reuniões com Marcelo Odebrecht, mas afirma que nunca aceitou propina ou interferiu em assuntos do BNDES, Congresso e Petrobras para ajudar a empreiteira.
Ainda disse que não tratava de detalhes das doações que as empresas davam aos candidatos do PT, apenas “reforçava” os pedidos de contribuições dos tesoureiros.
“Eu nunca operei contribuições, até porque não era minha função, se fosse eu teria feito. Mas eu nunca operei contribuições. Mas eu sempre dizia ao empresário: ‘atenda ao tesoureiro da campanha, vê se você pode ajuda-lo’, porque eles me pediam, eu não podia deixar de fazer isso”, afirmou.
“Agora, evidentemente eu pedia recursos para as empresas acreditando que eles iam tratar disso da melhor maneira possível.”
Folha de São Paulo
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