As principais nações europeias planejam impor novas restrições nesta semana por causa do aumento rápido no número de casos e de mortes de covid-19, com temores de uma terceira onda acentuada pela dificuldade crescente de acelerar a vacinação e novas disputas internas por doses de imunizantes.
Em meio à tensão provocada pelo aumento de casos, um debate ferrenho sobre distribuição de vacinas dentro da União Europeia (UE) surgiu entre os países-membros do bloco. Segundo o jornal britânico Financial Times, os líderes de um grupo de Estados europeus escreveram aos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia queixando-se de “enormes disparidades” na distribuição de vacinas entre as nações do bloco. A carta, que foi assinada pela Áustria, Bulgária, Croácia, República Checa, Letônia e Eslovênia, apela a um debate sobre a “equidade na distribuição de vacinas” entre os países.
A taxa de infecção na UE está agora em seu nível mais alto desde o início de fevereiro, graças à disseminação de novas variantes do vírus causador da covid-19. França, Alemanha e países do Leste Europeu devem impor novas medidas restritivas de bloqueio nos próximos dias – em contraste com o Reino Unido, que está começando, lentamente, a abrir comércio e escolas.
Na Itália, as autoridades registraram mais de 27 mil novos casos e 380 mortes apenas no sábado (13). A partir desta segunda-feira, a maior parte do país será colocada sob bloqueio e as pessoas só terão permissão para deixar suas casas para tarefas essenciais. A maioria das lojas estará fechada, além de bares e restaurantes.
Na França, as autoridades relataram uma “situação sombria”. O ministro da Saúde, Olivier Véran, descreveu o cenário na região da Grande Paris como “tenso” e “preocupante”. “A cada 12 minutos, noite e dia, um parisiense é internado em uma cama de terapia intensiva”, disse. O presidente Emmanuel Macron impôs toques de recolher em várias regiões e especialistas da área da saúde estão pressionando o governo para decretar um bloqueio nacional com urgência.
Na Alemanha, 12.674 novas infecções por covid-19 foram relatadas no sábado, um aumento de 3.117 em relação à semana anterior, e o chefe da agência de doenças infecciosas do país reconheceu que o país estava agora nas “garras de uma terceira onda da covid-19”.