Mal o Colégio Estadual Odorico Tavares encerrou suas atividades, o setor imobiliário já está de olho no imóvel. Trata-se de uma área de 5 mil metros quadrados no Corredor da Vitória, o bairro que tem o metro quadrado mais caro de Salvador – custa, em média, R$ 15 mil. O colégio, que funcionou ali por 25 anos.
Enquanto o governo do estado alega que vender o terreno vai possibilitar a construção de mais escolas na periferia, professores e ex-alunos da instituição avaliam que, por trás dos argumentos oficiais, houve uma manobra para forjar uma baixa procura pelo colégio. Eles acusam o governo de sabotar o sistema de matrículas online para reduzir os números de estudantes ano a ano, cedendo à especulação imobiliária.
Sob anonimato, uma professora da escola avaliou a decisão do governo como equivocada. “Querem confinar meninos e meninas negras em seus bairros. O espaço daquele colégio é privilegiado porque está no centro cultural da cidade, perto de cinema, museu, teatro, universidades. Os professores promovem integração com esses espaços vizinhos ao colégio, por mais que os espaços sejam negados pela comunidade endinheirada que vive ali”.
Via Correios