O aparecimento de uma espécie de peixe carnívoro no Rio Tocós, na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, está sob apuração da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semmam). Segundo especialistas, o animal, que não deveria ser encontrado na biodiversidade do município, oferece risco para outras espécies.
O nome científico do peixe é Parachromis Managuensis, contudo, ele é mais conhecido como peixe-tigre. De acordo a bióloga Angela Zanata, especialista em peixe de água doce do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o animal é oriundo da América Central, mas pode ser encontrado na Amazônia.
Em Feira de Santana, segundo a prefeitura, três exemplares da espécie já foram encontrados. Os animais foram pescados em uma fazenda, no distrito de Jaguara, zona rural do município. Dois deles foram mortos e um é mantido pela Semmam.
Fotos divulgadas pela administração municipal mostram um dos animais, que é um pouco maior que a mão de uma pessoa.
Conforme a prefeitura, o maior peixe capturado na cidade tinha 21 centímetros de comprimento, contudo, o animal pode atingir até 54 centímetros na fase adulta.
Ainda não há informações sobre como a espécie chegou no rio. No entanto, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente acredita que o peixe pode ter sido introduzido na região por alguém que o criava em aquário.
Contudo, a bióloga Angela Zanata explica que os animais geralmente são mantidos em criatórios, em lagoas, e que acabam chegando em rios após o rompimento desses ambientes, ou por algum outro motivo que acabe possibilitando a saída do animal. Não há registro de criatórios em lagoas em Feira de Santana.
De acordo com a prefeitura, a orientação é que os animais não sejam devolvidos para o rio após a pesca. Eles podem ser consumidos na alimentação.
Ainda de acordo com a gestão municipal, uma ação com proprietários de lojas de aquários também será realizada para evitar a procriação.
“Vamos visitar os estabelecimentos que comercializam produtos agropecuários e peixes vivos para pedir que oriente o consumidor final a não soltar os peixes originários de outras bacias hidrográficas nos nossos mananciais”, disse o educador ambiental da Semmam João Dias.
“Existe um risco sério de desequilíbrio na Bacia Hidrográfica do Paraguaçu, visto que o Rio Tocós faz parte da Bacia”, completou.